O novo sistema foi inspirado na aplicabilidade e segurança dos aviões, mas tem sido alvo de questionamento sobre uma potencial violação da lei de proteção de dados. O que já se sabe no entanto, o sistema dos carros será totalmente focado na telemetria do veículo, muito semelhante a um tacógrafo usado em veículos pesados. Será uma espécie de tacógrafo do século XXI para os automóveis.
O sistema de dados terá a capacidade para registar, acima de tudo, aquilo que conhecemos como dados de telemetria, conforme descrito abaixo:
- A pressão no acelerador ou as rotações do motor;
- O ângulo de giro da direção e a velocidade angular em graus;
- A velocidade nos últimos 5 segundos;
- O recurso aos freios;
- A duração da aceleração (positiva ou negativa);
- A ativação dos airbags e pré tensores dos cintos;
- O uso dos cintos de segurança e as dimensões dos ocupantes;
- A variação da velocidade à qual o veículo foi submetido após o impacto;
- A aceleração longitudinal em metros por segundo ao quadrado.
O principal objetivo deste sistema será permitir a “reconstrução” dos acidentes rodoviários, com o intuito de facilitar o apuramento das responsabilidades.
Juntamente com esses recursos, outros sistemas de segurança serão obrigatórios, como alerta de sono, aviso de frenagem de emergência, alerta de obstáculos que surjam atrás do veículo e alerta de perda de pressão de ar dos pneus. A presença de ciclistas e pedestres a determinada distância do veículo também passará a ser detectada.
Acabar com a impunidade
Atualmente para verificar se antes de um acidente um condutor circulava em excesso de velocidade, é necessário recorrer a uma série de medições e peritagens, com o sistema bastará recorrer à “caixa preta” e será o próprio carro a fornecer essa informação.
O uso do cinto de segurança será um dos dados registados. Mais útil ainda será a possibilidade de saber se os passageiros estavam usando o cinto de segurança, algo que atualmente não é fácil de averiguar.
A Volvo Car Accident Research Team analisa os dados de alguns acidentes nos quais os modelos da marca escandinava estiveram envolvidos, para melhorar a segurança de futuros modelos. Com este sistema, o trabalho dos técnicos suecos será muito mais simples do que é atualmente.
Quanto aos receios relativos à privacidade, a União Europeia apenas pretende que estes dados sejam consultados em caso de acidente. Além disso, nada indica que estes dispositivos venham a ter capacidade para transmitir os dados registados, servindo em vez disso para os armazenar para quando for necessária a consulta.