De acordo com Marcelo Augusto Leal Alves, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), com as temperaturas baixas (abaixo de 10 °C) a pressão de ar dentro dos pneus diminui. "Essa redução faz com que o veículo tenha um aumento da resistência ao rolamento – o carro tem que mandar mais energia para fazer os pneus rolarem –, e isso aumenta o consumo.”
Outro fator, segundo Alves, está relacionado a aerodinâmica do veículo. "Quando está muito frio, a densidade do ar aumenta; isso aumenta a resistência do ar e, consequentemente, da aerodinâmica do veículo. O fenômeno é mais sentido em estradas, quando a velocidade do automóvel é maior".
Além disso, no inverno extremo a viscosidade do óleo pode aumentar. O professor explica que com os lubrificantes mais densos, o veículo gasta mais de combustível para mover o óleo dentro da caixa de câmbio ou do motor.
O especialista destacou ainda que o inverno rigoroso também interfere nos carros elétricos. "Nesses veículos há um aumento do consumo da bateria. Além de ter um consumo maior por conta de ligar aquecedor (um problema que não ocorre nos modelos a combustão), as baterias perdem carga em temperaturas baixas".
Como evitar o excesso de consumo de combustível no frio?
Para amenizar essa questão, o motorista deve deixar o carro em garagem coberta, longe do frio a fim de que a cabine não precise de muito aquecimento. Outa recomendação é manter os pneus sempre calibrados e não aquecer o motor antes de sair. O aquecimento do motor já é algo ultrapassado e aumenta o consumo de combustível, mas é uma prática que ainda persiste. Atualmente já existem sistemas nos veículos que regulam a temperatura para que o motor funcione.